8h-8:15. Acordar
9h. Trabalhar
13h. Almoçar
13:30. Tese
14h. Trabalhar
18h. Tese (jantar)
23:30. Dormir
De referir que a parte “trabalhar”
inclui além do trabalho atender telefonemas problemáticos relacionados com a
tese e responder a mails igualmente problemáticos.
Felizmente que por aqui fazem-se coisas
diferentes, dinâmicas e que nos valorizam. Uma das manhãs de trabalho foi
passada a cortar peças de roupa desenhadas em lençois. Uma sala cheia de
mulheres, umas no chão a desenhar calções, calças, camisolas, cuecas e cuecões,
e outras a corta-las. E conversa e mais conversa J Tudo para um
dia diferente (que no meu caso resultou numa hora de almoço diferente já que
foi o turno que me calhou) em que tínhamos de convencer as pessoas que passavam
no Jardim dos Patos a desenhar ou escrever algo sobre água e cidadania – os temas
do Fórum Social que está a decorrer hoje e amanhã em Odemira - nas peças de
roupa para depois estendermos num estendal gigante. E há coisas que realmente me
“enchem cá dentro”: o sorriso dos meninos alemães que estavam cheios de
vergonha de virem desenhar mas que consegui persuadir, o agradecimento sincero
dos pais que se preocuparam em virem dizer-me adeus, o senhor que não queria
desenhar e que apenas sabia escrever o nome e que eu consegui convencer a dizer-me
o que queria dizer que eu escrevia e ele assinava… E outra tarde de trabalho
foi numa oficina (no âmbito do tal fórum) em que aprendi imenso sobre moedas
sociais. Aprendi que a moeda como a conhecemos é um incentivo ao endividamento,
aprendi sobre o banco do tempo, aprendi sobre as moedas “livres”. Aprendi também
um pouco sobre a Escola da Ponte, uma escola em que não há turmas, nem anos, nem salas, nem nada do
sistema de ensino a que estamos habituados e em que os alunos têm um papel
democrático importantíssimo. E não, não tem nada a ver com o que faço
na TAIPA e sim, fui incentivada a ir assistir e aprender. Por estes lados
valoriza-se muito o conhecimento, a cooperação, a cidadania… e faz-se todos os
dias, sem se exigir nada em troca!
Há dias mais escuros e em que realmente a
tristeza, revolta e cansaço parece apoderar-se de nós, e há dias em que simplesmente
não há forças para pensar nas coisas boas, nas coisas que “enchem cá dentro”.
Felizmente que esses dias acalmam e muito graças a quem gosta de nós. E eventualmente
esses dias desaparecem J
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